Carros automáticos serão 60% do mercado nacional em 2020

Observando superficialmente, muitas vezes temos a impressão que o câmbio automático não é tão presente no dia a dia dos brasileiros. Puro engano. Em 2017, as vendas de carros com esse equipamento simplesmente representou 40% do total e agora a previsão do mercado é de que em 2020, eles representem nada menos que 60%. Ou seja, o mercado simplesmente inverterá a posição do câmbio manual (de liderança) em apenas três anos.

Antes item de luxo, agora o câmbio automático já aparece em quase todos os segmentos, indo desde os carros mais baratos até os mais caros. Com exceção de picapes e alguns esportivos, acima de R$ 120 mil praticamente não há mais opção de carros comuns com pedal de embreagem.

O avanço da transmissão automática ficou bem evidente nessa semana, quando dois carros de entrada simplesmente viraram o jogo com essa nova opção, acompanhada também de motores novos ou mais potentes. Se antes era difícil achar um carro desse tipo abaixo de R$ 70 mil, limite para clientes PCD, por exemplo, agora as ofertas partem da casa de R$ 55 mil.

O Ford Ka 2019 ganhou pela primeira vez essa opção a partir de R$ 56.490, enquanto seu equivalente sedã parte de R$ 59.990. Com exceção do Gol 2019, que parte de R$ 54.580, a Volkswagen emparelhou o preço do Voyage 2019 automático com o equivalente da Ford, custando assim os mesmos R$ 59.990. Mas, nessa briga de quem é o mais barato, o Toyota Etios X 1.3 AT sai na frente com R$ 53.440, enquanto o líder de vendas Chevrolet Onix parte de R$ 55.290.

Nos mais vendidos, o HB20 1.6 AT é o que está mais distante da “realidade automática” do mercado com preço mais alto: R$ 58.950. Existem vários outros compactos igualmente automáticos, tais como Fiesta, March, 208, C3, Polo, Virtus, Argo e Cronos, por exemplo. Porém, estes dois acabaram com a versão Precision e só oferecem o item na caríssima HGT. Aliás, a Fiat é quem ainda aposta firme no automatizado, mas a previsão é que esse sistema seja extinto em poucos anos por aqui.

Além da dupla da Fiat, que insiste no sistema, Uno e Mobi também se valem do automatizado, assim como o Renault Sandero que, entre os carros mais vendidos de sua categoria, é aquele que mais fica devendo agora em termos de automático. O compacto já teve, mas depois apostou num automatizado que hoje só encontra lugar no Stepway. A própria VW, apesar de Gol e Voyage, ainda possui o dispositivo nos Fox, SpaceFox e Up.

Por ora, o câmbio automático ainda está limitado por causa do custo maior. Apesar da projeção de 60% do mercado, incrivelmente a caixa não é fabricada por ninguém no Brasil, o que esperamos que mude com o Rota 2030 e o aumento de demanda nos próximos anos. Falando nisso, um dos motivos para a alta expressiva, esperada para daqui a dois anos e meio é o cliente PCD.

O consumidor com deficiência nunca esteve tão informado sobre seus direitos como agora e por isso a demanda só tende a crescer, apesar do processo para obtenção do direito de isenção de impostos ser longo e cansativo. Além disso, as montadoras precisam se adequar rapidamente à realidade, pois as filas de espera em média são de cinco meses e com tendência para mais.

Mas, mesmo que não seja PCD, o consumidor brasileiro no geral já está vendo os carros automáticos com bons olhos, afinal, o item agrega valor ao produto e permite maior conforto no dia a dia, especialmente com o aumento do trânsito nos centros urbanos.

Então, provavelmente veremos mais marcas como a Honda em 2020, já que a marca japonesa tem apenas cinco versões manuais em seu portfólio (Fit DX, City DX, Civic Sport, HR-V LX e Civic Si). No segmento de SUV compacto é comum ter apenas uma opção manual por modelo.

Fonte: Notícias Automotivas

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